terça-feira, 18 de outubro de 2011

A Questão da Ressurreição – Marcos 12:18-27

 

Serie de Sermões em Marcos

Titulo: A Questão da Ressurreição – Marcos 12:18-27

Pregado na manhã de Domingo, do dia 16 de Outubro de 2011,

na Igreja Reformada em Campinas Soli Deo Gloria,

por Gustavo Barros

Marcos 12:18-27 18 Depois os saduceus, que dizem que não há ressurreição, aproximaram-se dele com a seguinte questão: 19"Mestre, Moisés nos deixou escrito que, se o irmão de um homem morrer e deixar mulher sem filhos, este deverá casar-se com a viúva e ter filhos para seu irmão. 20Havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem deixar filhos. 21O segundo casou-se com a viúva, mas também morreu sem deixar filhos. O mesmo aconteceu com o terceiro. 22Nenhum dos sete deixou filhos. Finalmente, morreu também a mulher. 23Na ressurreição, de quem ela será esposa, visto que os sete foram casados com ela?" 24Jesus respondeu: "Vocês estão enganados! Pois não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus! 25Quando os mortos ressuscitam, não se casam nem são dados em casamento, mas são como os anjos nos céus. 26Quanto à ressurreição dos mortos, vocês não leram no livro de Moisés, no relato da sarça, como Deus lhe disse: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó’? 28Ele não é Deus de mortos, mas de vivos. Vocês estão muito enganados!"

Introdução e Contextualização:

Jó 14:14 diz, “Quando um homem morre, acaso tornará a viver?” – a questão da imortalidade do homem é algo que está enraizado na mente e no coração do homem.

Gene Charles Brown da Yale University disse uma vez, ‘há três coisas que eu nunca poderei acreditar. Um, que Deus criaria um mundo como o nosso e depois virasse as costas para ele. Dois, que Ele criaria o homem e para depois abandoná-lo no túmulo. Três, que Ele iria plantar um desejo de imortalidade no coração do homem e não cumpri-lo’.

A busca pela eternidade é vista em toda cultura, o interesse na vida após a morte está no coração do homem.

* Os egípcios tinham todo cuidado com os corpos, as pirâmides e o livro egípcio da morte como prova da preocupação com a imortalidade.

* Hinos antigos da Babilônia mostram a crença na vida após a morte.

* Os gregos eram enterrados com moedas nos olhos ou na boca para pagarem a entrada na vida que viria – o rio Aqueronte e o barco de Caronte.

* Alguns índios eram enterrados com arcos, flechas e outras armas para estarem prontos quando chegassem na outra vida.

* Os Vikings criam em lugar chamado Valhalla, nesse local eles lutariam o dia todo, à noite os mortos ressuscitariam e os machucados seriam sarados – eles ficariam brigando e bebendo.

* Os muçulmanos crêem em paraíso cheio de virgens.

* Os mórmons crêem que eles serão deuses e estarão em outros planetas.

* Hinduismo, budismo e outras religiões do oriente crêem na imortalidade da alma.

A Bíblia deixa claro que há sim uma vida após a morte [no Antigo e no Novo Testamento] – mas o conceito cristão do que ocorre com os mortos – isto é, a ressurreição dos mortos - é que diferencia o cristianismo de todas as religiões. A ressurreição de Jesus e de todos que nEle estão para a vida de alegria eterna é o alicerce do cristianismo - I Cor 15:13-17 Se não há ressurreição dos mortos, então nem mesmo Cristo ressuscitou; 14 e, se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm. 15Mais que isso, seremos considerados falsas testemunhas de Deus, pois contra ele testemunhamos que ressuscitou a Cristo dentre os mortos. Mas se de fato os mortos não ressuscitam, ele também não ressuscitou a Cristo. 16Pois, se os mortos não ressuscitam, nem mesmo Cristo ressuscitou. 17E, se Cristo não ressuscitou, inútil é a fé que vocês têm, e ainda estão em seus pecados.

CONTEXTO:

Continuamos o intenso terceiro dia da última semana do nosso Senhor Jesus, dia esse cheio de controvérsias e ataques da parte dos líderes religiosos. Temos visto como grandes inimigos se ajuntam na tentativa de destruir a verdade de Deus – os saduceus, os herodianos e os saduceus que não se gostavam se ajuntaram para atacar Jesus.

Clavino disse, "Satanás reúne todos os ímpios, que em outros aspectos diferem muito uns dos outros, para atacar a verdade de Deus".

Divisão do Estudo:

i – A QUESTão da ressurreição (VS.18-23)

ii – A resposta de jesus (VS.24-28)

I – a questão dos saduceus (vs.18-23)

18 Depois os saduceus, que dizem que não há ressurreição, aproximaram-se dele com a seguinte questão: 19"Mestre, Moisés nos deixou escrito que, se o irmão de um homem morrer e deixar mulher sem filhos, este deverá casar-se com a viúva e ter filhos para seu irmão. 20Havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem deixar filhos. 21O segundo casou-se com a viúva, mas também morreu sem deixar filhos. O mesmo aconteceu com o terceiro. 22Nenhum dos sete deixou filhos. Finalmente, morreu também a mulher. 23Na ressurreição, de quem ela será esposa, visto que os sete foram casados com ela?"

v.18 - “Depois” --- depois do fracasso dos fariseus e herodianos de apanharem Jesus com a questão política sobre impostos, agora é a vez dos saduceus tentarem apanhar Jesus – agora não com uma questão política, mas teológica.

os saduceus, que dizem que não há ressurreição” – Quem são esses novos personagens?

OS SADUCEUS:

· Provavelmente eles surgiram das famílias de sacerdotes da aristocracia de Jerusalém durante a dinastia Hasmoneana (164-63 a.C.). Outra alternativa é que eles eram da linhagem de Zadoque – sacerdote nos tempos de Salomão (I Re 2:35).

· No Novo Testamento são eles quem controlam o sacerdócio e muito dos assuntos políticos (At 5:17).

· O historiador Josefo relata que eles consideravam apenas o Pentateuco como autoridade da Palavra de Deus – rejeitando os outros livros do Antigo Testamento e as tradições orais.

· Eles negavam a imortalidade da alma e a ressurreição do corpo. Negavam a existência do inferno e do céu. Eram considerados como epecurianos.

· Enfatizavam o livre-arbítrio, negando a soberania de Deus.

· Atos 23:8 diz que eles não acreditavam em anjos e espíritos.

· Com a destruição do Templo em 70 d.C. esse grupo desapareceu, pois eles cuidavam daquele lugar.

Eles seriam os liberais de hoje em dia, negando o sobrenatural. Eles eram os racionalistas, cépticos e deístas – e mesmo assim eles controlam o Templo. Eles são os aniquilacionistas de hoje [criam na aniquilação do corpo] - I Co 15:32

Um hino deles para honrar os ancestrais dizia, “A única imortalidade que podemos esperar é de termos uma posteridade e sermos lembrados” (Zondervan Illustrated Bible Background Commentary – Mark, pg. 275) – isto é, para eles “o Sheol era o lugar de descanso final, e qualquer continuidade era compreendida em termos de reputação e posteridade, não em termos de uma ressurreição pessoal” (R.T. France, T.N.I.G.T.C. in Mark – Eerdmans, pg. 471).

A RESSURREIÇÃO NO JUDAISMO:

Os judeus tinham uma preocupação muito maior com a vida presente do que com a vida após a morte, pois eles eram uma nação alicerçada em alianças e para eles a aliança (como no casamento) tem implicações presentes. As leis focavam muito nas maldições e bênçãos presentes e terrenas, por isso o foco é no aqui.

Mesmo com a grande preocupação no mundo presente o Mishna e o Talmude fazem referências ao olam há-ba (o mundo que vem) – a crença em um lugar melhor (um novo Édem) governado pelo messias. (http://www.jewfaq.org/olamhaba.htm)

O Antigo Testamento ensina abertamente sobre a ressurreição dos mortos (Sl 17:15 Quanto a mim, feita a justiça, verei a tua face; quando despertar ficarei satisfeito ao ver a tua semelhança; Sl 16:10-11 porque tu não me abandonarás no sepulcro, nem permitirás que o teu santo sofra decomposição.11 Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita.; II Sm 12:23 Mas agora que ela morreu, por que deveria jejuar? Poderia eu trazê-la de volta à vida? Eu irei até ela, mas ela não voltará para mim; Jó 19:25-27 Eu sei que o meu Redentor vive, e que no fim se levantará sobre a terra. 26E depois que o meu corpo estiver destruído e sem carne, verei a Deus. 27Eu o verei, com os meus próprios olhos; eu mesmo, e não outro! Como anseia no meu peito o coração!; Is 26:19 Mas os teus mortos viverão; seus corpos ressuscitarão. Vocês, que voltaram ao pó, acordem e cantem de alegria. O teu orvalho é orvalho de luz; a terra dará à luz os seus mortos; Dn 12:2 E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno).

Com o passar dos anos a teologia judaica foi radicalmente transformada – eles passaram a crer em várias doutrinas estranhas à Bíblia – inclusive em reencarnações (oferecendo a chance das pessoas melhorarem) [algumas tradições judaicas dizem que Moisés e Jetro eram reencarnações de Caim e Abel - http://www.near-death.com/experiences/judaism06.html]

No judaísmo dos dias de Jesus muitas crenças sobre ressurreição foram inventadas.

Para a maioria dos judeus a ressurreição era vista como algo comunitário e político – eles não pensavam em ressurreição individual, mas em uma ressurreição de todo Israel – para eles, ressurreição seria quando todo Israel passasse a viver na terra prometida sob a liderança do Messias (um rei da linhagem de Davi). A ressurreição era uma metáfora para a reconstituição de todo o Israel (ex. Ez. 37). Nessa interpretação de ressurreição – o Messias governaria tudo perfeitamente, inclusive o Templo, não haveria alianças com povos estrangeiros e assim acabaria o reinado dos saduceus!

Os saduceus precisavam rejeitar qualquer idéia semelhante sobre a ressurreição, pois caso houvesse a ressurreição política e religiosa de Israel como era ensinado pelos fariseus eles perderiam todo o status e poder e também seriam considerados como inimigos de Deus.

Outro motivo para a rejeição da ressurreição pelos saduceus é que eles eram extremamente ricos – para eles o paraíso já estava na terra. Eles tinham tudo de bom e de melhor que há nesta terra – o paraíso já era na terra. * Geralmente as pessoas que usufruem de muito status e poder aqui na terra não têm perspectiva alguma para a vida eterna, pois na mente delas não há nada que possa ser melhor do que elas já estão aproveitando.

Por outro lado havia muitos pobres que ansiavam por um paraíso na outra vida.

v.19 – Eles se aproximam de Jesus para fazer uma pergunta.

19"Mestre, Moisés nos deixou escrito que, se o irmão de um homem morrer e deixar mulher sem filhos, este deverá casar-se com a viúva e ter filhos para seu irmão.

MESTRE – no coração deles eles não consideram Jesus como um verdadeiro rabino, eles O chamam de mestre, pois eles são hipócritas e querem humilhá-Lo e tirar toda credencial dele com o povo.

Moisés nos deixou escrito que, se o irmão de um homem morrer e deixar mulher sem filhos, este deverá casar-se com a viúva e ter filhos para seu irmão

Eles parafraseiam a passagem de Deuteronômio 25:5-10, onde Moisés ensina sobre o casamento levirato (do latim levir - cunhado).

A lei do Levirato – Essa lei tinha por objetivo continuar o nome da família.

Se um homem morresse sem filhos [se houvesse filhos(as) não haveria obrigação], a esposa deveria casar com o irmão do marido falecido [caso ele fosse solteiro e morasse na mesma casa] – assim a mulher não se casaria com um estranho. Esse irmão deveria se casar com a cunhada e ser o novo marido – eles teriam filhos e o nome do irmão morto passaria para o filho nascido – fazendo com que o nome do falecido não fosse apagado de Israel.

- Com a promessa a Abraão de uma terra esse tipo de casamento assegurava ao homem que estava se casando e a mulher uma parte na benção da promessa.

- Essa lei preservava o nome da família, isto é, preservava a honra da família – ficar sem o nome era uma maldição (Dt 9:14; Sl 109:11-15 11Que um credor se aposse de todos os seus bens, e estranhos saqueiem o fruto do seu trabalho. 12Que ninguém o trate com bondade nem tenha misericórdia dos seus filhos órfãos. 13Sejam exterminados os seus descendentes e desapareçam os seus nomes na geração seguinte... 15Estejam os seus pecados sempre perante o Senhor, e na terra ninguém jamais se lembre da sua família.) – a preservação do nome era de extrema importância na sociedade tribal - preservava os territórios herdados.

- Preservava a mulher – a viúva (ver o caso de Rute) – o Senhor sempre se preocupou com viúvas.

- Era uma ação nobre para o irmão assegurar a linhagem familiar e se responsabilizar pela continuação do nome da família.

- Não era necessariamente o irmão de sangue, mas poderia ser um parente próximo (como o caso com Boaz).

- O propósito seria de manter as linhagens familiares e assim preparar a chegada do Messias.

- Caso o homem não quisesse eles iam ao tribunal e oficializavam as coisas (ver Dt 25:7-10).

Na Bíblia esse costume aparece antes da Lei Mosaica (Gn 38) e um exemplo prático dessa lei pode ser visto na história de Rute (Rt 4:6-8).

Para muitos saduceus essa era a única forma de ressurreição, pois continuava a honra do nome. Por isso eles tinham um hino que dizia, “A única imortalidade que podemos esperar é de termos uma posteridade e sermos lembrados” (Zondervan Illustrated Bible Background Commentary – Mark, pg. 275). A lei do levirato era o texto que eles usavam para apoiar a crença que não há uma ressurreição corpórea após a morte e sim apenas a continuação do nome, pois se houvesse uma ressurreição dos corpos então eles viveriam em pecado de violação da Lei e poligâmia (Lv 18:16 Não se envolva sexualmente com a mulher do seu irmão; isso desonraria seu irmão.)

Vs.20-23 - A HIPÓTESE ABSURDA: 20Havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem deixar filhos. 21O segundo casou-se com a viúva, mas também morreu sem deixar filhos. O mesmo aconteceu com o terceiro. 22Nenhum dos sete deixou filhos. Finalmente, morreu também a mulher. 23Na ressurreição, de quem ela será esposa, visto que os sete foram casados com ela?

3 aspectos sobre o ataque dos saduceus:

1 – Eles sabiam que Jesus cria e ensinava sobre a ressurreição (Lc 14:14 Feliz será você, porque estes não têm como retribuir. A sua recompensa virá na ressurreição dos justos; Jo 5:29 E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação; 11:25 Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá )

2 – Eles querem realmente ‘apanhar’ Jesus em suas palavras, pois eles fazem uma pergunta sobre algo que eles mesmos não crêem. Eles apresentam um reductio ad absurdum [‘redução ao impossível/absurdo’ - é um tipo de argumento lógico no qual alguém assume uma ou mais hipóteses e, a partir destas, deriva uma consequência absurda ou ridícula, e então conclui que a suposição original deve estar errada] na tentativa de mostrar quão absurdo é a doutrina da ressurreição, eles achavam que a doutrina da ressurreição nunca havia sido ensinada por Deus, pois no entendimento deles a ressurreição iria contra Levítico 18:16.

3 – Esses homens usam as Escrituras de modo perverso, assim como satanás na tentação de Jesus (em Lucas 4) eles torcem a Palavra de Deus na tentativa de pegar Jesus.

v.23Na ressurreição, de quem ela será esposa, visto que os sete foram casados com ela?

O que eles fazem aqui é adotar a teologia dos fariseus que viam a vida antes da ressurreição como a mesma coisa depois dela. Para muitos judeus que criam na ressurreição, a vida após a morte seria muito semelhante a vida vivida antes da morte. Os maimônides [grupo judaico que originou com Moshe bem Maimon (Moisés, filho de Maiomon) – que distinguiu com clareza as crenças judaicas para combater o cristianismo e o islamismo] escreveram uma lista de coisas sobre a ressurreição – roupas, amizades, casamento seriam tudo igual (os maimônides assim como a maioria dos judeus tinham um entendimento estranho sobre a ressurreição).

II – a resposta de jesus (vs.24-27)

24Jesus respondeu: "Vocês estão enganados! Pois não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus! 25Quando os mortos ressuscitam, não se casam nem são dados em casamento, mas são como os anjos nos céus. 26Quanto à ressurreição dos mortos, vocês não leram no livro de Moisés, no relato da sarça, como Deus lhe disse: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó’? 27Ele não é Deus de mortos, mas de vivos. Vocês estão muito enganados!"

v. 24 – Jesus condena os líderes religiosos de Israel de estarem enganados (gk. planao) teologicamente! Esse engano se dá ao fato deles serem ignorantes da Palavra e do poder de Deus!

Se eles conhecessem a Bíblia, eles saberiam que há sim a promessa de ressurreição!

V.25Quando os mortos ressuscitam, não se casam nem são dados em casamento, mas são como os anjos nos céus”

QUANDO OS MORTOS RESSUSCITAM” – veja que Jesus não diz, “SE”, mas “QUANDO” – Jesus volta a afirmar aquilo que sempre ensinou – a ressurreição dos mortos!

Qualquer religião ou pessoa que nega a ressurreição dos mortos vai totalmente contra os ensinos de Jesus. O espiritismo, que ensina a reencarnação dos mortos e se diz ser uma religião cristã, vai totalmente contra o ensino de Jesus, pois o nosso Senhor deixa claro que há sim a ressurreição dos mortos – como Ele já havia ensinado!

NÃO SE CASAM NEM SÃO DADOS EM CASAMENTO, MAS SÃO COMO OS ANJOS

Casamento, relacionamento sexual e laços familiares cessam-se na ressurreição dos mortos.

Para alguns isso é uma ótima notícia, enquanto outros ficam muito tristes em pensar que não mais estarão casados.

Por que o casamento cessa-se para os que vão para o céu?

O propósito do casamento é de:

1) procriação [Gn 1:22] – ter filhos, propagar e repor as pessoas que morrem (não haverá mais morte).

2) auxílio [Gn 2:18] – o casamento é um instrumento de Deus na santificação do casal, para que um auxilie o outro. No céu não precisaremos disto! Este auxílio envolve satisfação sexual [I Co 7:2]

3) simbolismo - representa a união de Cristo e a igreja – o casamento agora serve para apontar para o que será quando nos encontrarmos com Jesus. Ap 19:7 Regozijemo-nos! Vamos nos alegrar e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou.

Piper diz assim, “Não há casamento após a morte. A sombra da aliança entre o marido e a mulher dá lugar à realidade da aliança entre Cristo e sua Igreja glorificada”.

O casamento cessa-se pois no céu tudo será perfeito! O amor de I Coríntios 13 será perfeitamente manifestado no céu.

O que Jesus NÃO ensina:

Ele não ensina que não saberemos quem são nossas esposas e maridos.

Ele não ensina que não teremos mais um relacionamento profundo com nossas esposas e maridos. Ele apenas afirma que o casamento não será mais necessário! A função dele acabará pois o casamento foi uma benção de Deus estabelecida para homem e a mulher enquanto estiverem na terra! O que Deus juntou só Ele pode separar (Mc 10:9) e é isso o que ocorre no céu!

(nota apologética) OS MÓRMONS:

Eles dizem que a pessoa não se casará no céu, por isso ela deve se casar aqui na terra na ISUD (igreja dos santos dos últimos dias) – o casamento na igreja mórmon sela a união por toda a eternidade (Doutrina e Aliança 132). Um comentário de mórmon sobre essa passagem: “Na visão da ISUD, com base em revelações diretas e claras dadas ao Profeta Joseph Smith, sabemos que o casamento é destinado a ser eterno, que o marido e a mulher foram feitos para serem selados no céu. Aqueles que experimentaram a rica alegria do verdadeiro amor entre o marido e a mulher - como eu – devem se espantar que Deus gostaria que isso fosse de outra maneira. O casamento é um dom muito grande e divino - um presente que não é erradicado na ressurreição. O mundo perdeu este conhecimento, mas eu sou grato a restauração da plenitude do Evangelho e a restauração do Templo, onde tais ordenanças sagradas são realizadas” (http://mormanity.blogspot.com/2004/11/how-can-there-be-marriage-in-heaven.html) . Eles deturpam as palavras de Jesus, trocando por revelações de José Smith.

O mesmo ocorre no ISLAMISMO – religião que afirma que no céu as pessoas terão relacionamentos sexuais. “Uma coisa muito estranha que o paraíso tem são as houris, destinados a satisfazer os prazeres sexuais dos homens. Estas houris são virgens, e as suas relações com os homens jamais afeta a sua virgindade. Não envelhecem mais do que 33 anos de idade. São brancas, olhos grandes e negros e a pele suave e macia. As mulheres que morrem em idade avançada na terra serão recriadas virgens para o deleite dos homens. Estes comentaristas concordam com isto: Al Jalalan (pp. 328, 451-453, 499), Al Baidawi (pp. 710, 711, 781) e Al Zamakhshary (Parte 4, pp. 453, 450-462, 690).Em seu livro Legal Opinions (Opiniões Jurídicas), o Xeque Sha ‘rawi (o mais renomado Xeque de todos os países árabes e islâmicos, que tem um programa de televisão no Egito) expôs a sua tese quando escreveu: "O apóstolo de Deus recebeu a seguinte pergunta: ‘Teremos intercurso sexual no paraíso?’ Ele respondeu: ‘Sim, juro por Aquele que tem a minha alma em Sua mão que será um intercurso vigoroso e, logo que o homem se separe dela [a houri], ela voltará a ser imaculada e virgem’". Na página 148, Sha ‘rawi escreveu: "O apóstolo de Deus, Maomé, disse: ‘A cada manhã, cem virgens serão [a porção] de cada homem’". O islamismo é uma religião de lascívia. As mulheres são consideradas no céu como objetos de prazer a serem possuídos pelos homens, do mesmo modo como são hoje abusadas em muitos países muçulmanos.Na página 191, Sha ‘rawi diz que se uma mulher tiver sido casada com mais de um homem, ou por ter ficado viúva, ou por ter-se divorciado, no paraíso ela teria o direito de escolher um deles. Mas, o homem no paraíso tem o direito de ter dúzias de houris” (http://solascriptura-tt.org/Seitas/InfernoEParaisoNoIslamismo-Almahdy.htm)

2 OBSERVAÇÕES SOBRE O ENSINO DO CASAMENTO ETERNO:

1 - As pessoas gostam muito desse ensino de que eles estarão casados com o marido ou a esposa por toda eternidade, pois é uma idéia que conforta aqueles que perderam seus esposos. Traz conforto (assim como a reencarnação). Conforta também as pessoas que são movidas pelos prazeres da carne.

2 – Aqueles que asseguram o casamento eterno mostram que Jesus Cristo não é o maior tesouro e a maior fonte de alegria, por isso elas jamais se sentiriam satisfeitas só com Jesus - Lc 14:26 Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo

Jesus deve ser sua total alegria e plena satisfação já nessa vida, pois se Ele não for agora, você terá muita dificuldade com o Céu! Se o conceito de que só Cristo deve ser sua total fonte de alegria, de que só nEle deve estar sua satisfação não te alegra, então você precisa clamar por misericórdia – que o Senhor regenere seu coração!

Por isso cristão é exortado a encontrar toda a sua alegria em Cristo e no Reino de Deus (Mt 13:44).

POIS SÃO COMO OS ANJOS” – Lc 20:34-36 Jesus respondeu: "Os filhos desta era casam-se e são dados em casamento, 35mas os que forem considerados dignos de tomar parte na era que há de vir [os cristãos de acordo com o livro de Apocalipse] e na ressurreição dos mortos não se casarão nem serão dados em casamento, 36e não podem mais morrer, pois são como os anjos. São filhos de Deus, visto que são filhos da ressurreição.

* Interessante que os saduceus não criam em anjos (At 23:8) e Jesus confronta o erro doutrinário deles afirmando a existência desses seres celestiais.

Veja que Jesus não diz que seremos anjos. As pessoas acham que serão anjos quando chegarem ao céu. Há uma grande diferença entre ser como e ser um anjo.

Duas características principais dos anjos são a imortalidade e a santidade dos anjos celestiais – na eternidade seremos imortais e totalmente santos, por isso não haverá a necessidade do casamento. Os anjos são seres gloriosos, sem reprodução, eternos e santos (sempre diante do santo Deus) – assim seremos nós!

* Os comentários de algumas pessoas que em Gênesis 6 os filhos de Deus e as filhas dos homens se referem ao relacionamento sexual entre anjos e mulheres é um grande erro doutrinário e de interpretação.

Os relatos bíblicos dos anjos no céu mostram uma total alegria e plena satisfação em estar nos céus adorando ao Senhor – assim seremos nós! Nossa total alegria e satisfação não será encontrado na esposa, mas no Senhor! Sl 16:11 Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita.

O foco principal de Jesus é que no céu as coisas serão completamente diferentes daqui. É difícil de nós compreendermos, pois Deus, em sua infinita sabedoria, achou que o que Ele já revelou sobre anjos e eternidade já são suficientes para nós.

V.26 – “VOCÊS NÃO LERAM NO LIVRO DE MOISÉS” --- Jesus confirma a autoria do Pentateuco como sendo de Moisés – muitos ataques a autoria do Pentateuco se levantaram no séc. XIX. Uma das teorias mais propagadas é que o Pentateuco tem 4 autores diferentes (J –jehova; E – elohim; P – priest/sacerdote; D – deuteronomista). Jesus claramente vai contra essa teoria!

Jesus ataca o conhecimento desses homens que achavam que conheciam tanto da Palavra. Se eles só criam no Pentateuco, então podia se esperar que eles já tivessem lido essa passagem em Êxodo muitas vezes.

Jesus cita a passagem em Êxodo 3:6 para mostrar e provar a ignorância desses homens! A passagem citada por Jesus revela o poder de Deus de várias maneiras: a – a sarça queimando; b – a soberania de Deus; c – o nome de Deus; d – o poder de Deus de continuar sendo o Deus dos homens da aliança que já haviam morrido – poder em ressuscitar os mortos.

Vs 26Quanto à ressurreição dos mortos, vocês não leram no livro de Moisés, no relato da sarça, como Deus lhe disse: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó’? 27Ele não é Deus de mortos, mas de vivos.

O Senhor continua sendo o Deus vivo dos que entraram em aliança com Ele! A ressurreição é real! Jesus afirma sem sombra de dúvidas a realidade da ressurreição – v.25Quando os mortos ressuscitam...”. Ele afirma sem sobra de dúvida, pois Ele é a nossa ressurreição e a garantia da ressurreição dos que estão nEle pela fé! Jo 11:25 Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá;

A ressurreição é tão importante e tão fundamental no cristianismo que ela é alicerce da fé cristã - Rm 10:9 Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo.

Na escolha do 12° apóstolo o testemunhar a ressurreição de Jesus era fundamental Atos 1:21-22 Portanto, é necessário que escolhamos um dos homens que estiveram conosco durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu entre nós, desde o batismo de João até o dia em que Jesus foi elevado dentre nós às alturas. É preciso que um deles seja conosco testemunha de sua ressurreição".

As pregações no livro de Atos sempre envolviam a proclamação da ressurreição de Jesus.

Na igreja de Corinto havia algumas pessoas como os saduceus (enganados e perambulando nos erros e mentiras) – I Cor 15:12, por isso Paulo explica com profundidade o assunto sobre a ressurreição, para que a igreja não fique perambulando em erros e mentiras (15:33-34). O capitulo 15 de I Coríntios é fundamental para o entendimento da ressurreição.

Por que a ressurreição de Jesus é tão fundamental? Pois se Cristo não ressuscitou dos mortos:

1) Ele morreu como um louco, como um rebelde e mentiroso.

2) A nossa fé é vã e nós continuamos nos nossos pecados, pois a morte teve domínio sobre Jesus (1 Cor 15:13-17 13Se não há ressurreição dos mortos, então nem mesmo Cristo ressuscitou; 14 e, se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm. 15Mais que isso, seremos considerados falsas testemunhas de Deus, pois contra ele testemunhamos que ressuscitou a Cristo dentre os mortos. Mas se de fato os mortos não ressuscitam, ele também não ressuscitou a Cristo. 16Pois, se os mortos não ressuscitam, nem mesmo Cristo ressuscitou. 17E, se Cristo não ressuscitou, inútil é a fé que vocês têm, e ainda estão em seus pecados; Rm 4:25 Ele foi entregue à morte por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação.)

3) Nós somos dignos de muita pena! Qualquer pessoa que nega o cristianismo bíblico está na verdade chamando os cristãos de loucos.

CONCLUSÃO:

1 – A ressurreição é uma realidade que espera a todos – João 5:28-29 Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados
Jesus mostra que a ressurreição leva à dois lugares: 1) vida eterna ao lado de Jesus – o Cordeiro de Deus; 2) condenação no inferno. Que ressurreição está te aguardando?

2 – Negar a ressurreição dos corpos para toda a eternidade é negar o cristianismo. É abrir a porta para todo tipo de imoralidade – I Co 15:32

Muitas pessoas negam a ressurreição, pois eles querem negar a realidade de que enfrentarão um juízo final.

3 – Não estaremos casados no céu, pois o casamento não será mais necessário. A perfeição do céu é difícil, é quase que impossível de ser compreendida por nossas mentes terrenas.

Estaremos todos juntos, todos aqueles que morreram no Senhor, reconheceremos uns aos outros, estaremos com nossos filhos, pais e amigos que morreram na fé – estaremos todos sentados juntos na mesa do nosso Senhor Jesus adorando e glorificando a Deus por toda a eternidade.

Esse ensino não pode lhe trazer tristeza, mas sim muita alegria. No céu você não mais machucará e nem ofenderá a sua esposa, pois será um relacionamento perfeito. O amor entre todas as pessoas será perfeito, pois será o amor de Jesus.

Você terá toda a satisfação completa em Jesus, estará livre de pecado - não haverá ciúmes, nem inveja – por isso um viúvo(a) pode se casar novamente – e você terá um relacionamento perfeito com sua esposa e filhos, não mais como uma família de sangue, mas uma família perfeita em Cristo.

Essas verdades têm implicações muito práticas em nossas vidas:

I Cor 15:58 Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale [mantenham-se firmes sem medo da morte – o medo paralisa a pessoa de servir ao Senhor]. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil [mantenham-se ocupados com a obra do Senhor – santificando o casamento, servindo ao Senhor – pois Ele dará a recompensa].

Jesus conclui com as seguintes palavras, “Vocês estão muito enganados” - E você? Você está perambulando nos erros e mentiras, ou a verdade de Deus encarnada em Jesus tem te levado às veredas justas? Você ressuscitará para a vida eterna ao lado do Cordeiro ou para a condenação eterna?

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