sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Marcos 16:1-8 - Jesus: O Aterrorizante, Espantoso e Majestoso Filho de Deus!

Série de Sermões em Marcos
Passagem: Marcos 16:1-8
Título: Jesus - O Aterrorizante, Espantoso e Majestoso Filho de Deus!
Pregado na manhã de domingo, do dia 23 de setembro de 2012,
na Igreja Reformada em Campinas Soli Deo Gloria,
por Gustavo Barros

Versão em vídeo

Marcos 16:1-8 1 Quando terminou o sábado, Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, compraram especiarias aromáticas para ungir o corpo de Jesus. 2 No primeiro dia da semana, bem cedo, ao nascer do sol, elas se dirigiram ao sepulcro, 3 perguntando umas às outras: "Quem removerá para nós a pedra da entrada do sepulcro?" 4 Mas, quando foram verificar, viram que a pedra, que era muito grande, havia sido removida. 5 Entrando no sepulcro, viram um jovem vestido de roupas brancas assentado à direita, e ficaram amedrontadas. 6 "Não tenham medo", disse ele. "Vocês estão procurando Jesus, o Nazareno, que foi crucificado. Ele ressuscitou! Não está aqui. Vejam o lugar onde o haviam posto. 7 [Mas] Vão e digam aos discípulos dele e a Pedro: ‘Ele está indo adiante de vocês para a Galiléia. Lá vocês o verão, como ele lhes disse’ ". 8 Tremendo e assustadas, as mulheres saíram e fugiram do sepulcro. E não disseram nada a ninguém, porque estavam amedrontadas.

Introdução:
Desde que eu comecei a servir na área que o meu Senhor me chamou, pregando e ensinando a Palavra, sempre fui comprometido com a leitura, explicação e aplicação de toda a Escritura (Ne 8:8 Leram o Livro da Lei de Deus, interpretando-o e explicando-o, a fim de que o povo entendesse o que estava sendo lido; I Tm 4:13 Até a minha chegada, dedique-se à leitura pública da Escritura, à exortação e ao ensino)! Meu compromisso é com cada capítulo, cada versículo e cada palavra do texto estudado pois, eu tenho a convicção e a certeza de que a Palavra de Deus é inerrante, confiável e infalível! É essa convicção que me faz pregar todas as palavras da Bíblia a cada domingo. Mas a triste realidade que encontramos é que muitos pregadores e pastores hoje não creem mais na infabilidade, inerrância e veracidade de toda a Escritura. Por isso as pregações não são expositivas e, ao invés da Palavra de Deus, muitos pregadores falam sobre livros, filmes e outros assuntos seculares. É interessante que desde o começo da humanidade o ataque principal de satanás está na veracidade e confiabilidade da Palavra de Deus (Gn 3:1 –‘Foi isso mesmo o que Deus disse?’), e hoje continuamos vendo esse ataque.

Todo cristão genuíno deve crer na inspiração divina, na inerrância e na veracidade da Bíblia. Pois se não crermos em coisas ‘pequenas’, como creremos em coisas ‘grandes’? Se a Bíblia se engana em assuntos geográficos, históricos e biológicos, como poderemos ter a certeza que ela fala a verdade em assuntos com relação a salvação?

Nesse momento gostaria de falar um pouco sobre a confiabilidade e inerrância da Bíblia, visto que o final de Marcos (versículos 9-20) é um dos textos, de toda a Palavra de Deus, que mais traz dúvidas sobre a sua existência no manuscrito original. A outra passagem também questionada é João 7:53-8:11. Em toda a Bíblia só há, basicamente, essas duas passagens que nos fazem questionar se elas fazem realmente parte dos manuscritos originais. Isso é espetacular!

O que é inerrância? O termo Inerrância Bíblica fala da inspiração divina e da inexistência de erros, mentiras e contradições nos textos autógrafos da Bíblia.

A Declaração de Chicago Sobre a Inerrância da Bíblia [Concílio Internacional sobre Inerrância Bíblica (ICBI) de 1978] diz:

Artigo X - Afirmamos que, estritamente falando, a inspiração diz respeito somente ao texto autográfico das Escrituras, o qual, pela providência de Deus, pode-se determinar com grande exatidão a partir de manuscritos disponíveis. Afirmamos ainda mais que as cópias e traduções das Escrituras são a Palavra de Deus na medida em que fielmente representam o original. Negamos que qualquer aspecto essencial da fé cristã seja afetado pela falta dos autógrafos. Negamos ainda mais, que essa falta torne inválida ou irrelevante a afirmação da inerrância da Bíblia. Artigo XI - Afirmamos que as Escrituras, tendo sido dadas por inspiração divina, são infalíveis, de modo que, longe de nos desorientar, são verdadeiras e confiáveis em todas as questões de que tratam. Negamos que seja possível a Bíblia ser, ao mesmo tempo infalível e errônea em suas afirmações. Infalibilidade e inerrância podem ser distinguidas, mas não separadas. Artigo XV - Afirmamos que a doutrina da inerrância está alicerçada no ensino da Bíblia acerca da inspiração. Negamos que o ensino de Jesus acerca das Escrituras possa ser desconhecido sob o argumento de adaptação ou de qualquer limitação natural decorrente de Sua humanidade. Artigo XVI - Afirmamos que a doutrina da inerrância tem sido parte integrante da fé da Igreja ao longo de sua história. Negamos que a inerrância seja uma doutrina inventada pelo protestantismo escolástico ou que seja uma posição defendida como reação contra a alta crítica negativa.

O que significa infalível? Infalível significa a qualidade de não desorientar nem ser desorientado e, dessa forma, salvaguarda em termos categóricos a verdade de que as Santas Escrituras são uma regra e um guia certos, seguros e confiáveis em todas as questões. Semelhantemente, inerrante significa a qualidade de estar livre de toda falsidade ou engano e, dessa forma, salvaguarda a verdade de que as Santas Escrituras são totalmente verídicas e fidedignas em todas as suas afirmações.

Transmissão e Tradução
Os livros primitivos eram manuscritos (escritos à mão), até à invenção da Máquina Impressora por Gutemberg no século XV. Até esta invenção, o processo de produção de livros era extremamente trabalhoso e pequenos erros nas cópias podiam ocorrer. Uma vez que em nenhum lugar Deus prometeu uma transmissão inerrante da Escritura, é necessário afirmar que somente o texto autográfico dos documentos originais foi inspirado e mantém a necessidade da crítica textual como meio de detectar quaisquer desvios que possam ter se infiltrado no texto durante o processo de sua transmissão. O veredicto dessa ciência é, entretanto, que os textos hebraico e grego parecem estar surpreendentemente bem preservados, de modo que tempos amplo apoio para afirmar, junto com a Confissão de Westminster, uma providência especial de Deus nessa questão e em declarar que de modo algum a autoridade das Escrituras corre perigo devido ao fato de que as cópias que possuímos não estão totalmente livres de erros. Semelhantemente, tradução alguma é perfeita, nem pode ser; e todas as traduções são um passo adicional de distanciamento dos autographa. Porém, o veredicto da lingüística é que pelo menos os cristãos de língua inglesa estão muitíssimo bem servidos na atualidade com uma infinidade de traduções excelentes e não têm motivo para hesitar em concluir que a Palavra verdadeira de Deus está ao seu alcance. A palavra “crítica” vem do idioma grego, e significa: julgamento, teste, avaliação. A Crítica Textual é a avaliação do estado de um texto. Crítica Textual da Bíblia é, portanto, a avaliação do estado do texto da Bíblia, hoje; passados alguns milênios, desde sua composição. O objetivo da Crítica Textual é reconstituir, ou atestar a fidelidade textual aos seus autógrafos (a composição original).

A Crítica Textual não pergunta se a Bíblia é, ou não é, a Palavra de Deus. Ela somente pergunta se o texto bíblico, como o temos hoje, é o que era quando foi originalmente composto. Ou, repetindo a pergunta já feita anteriormente: O que lemos hoje no evangelho de João é fielmente o que ele escreveu? A intenção, portanto, da Crítica Textual é atestar, ou, quando for necessário, restaurar a fidelidade textual. A pergunta que move o crítico textual é: O que o autor (realmente) escreveu?

Quando dizemos que temos os originais do Antigo e do Novo Testamentos, estamos dizendo que temos milhares de cópias antigas do AT e do NT, nas línguas em que foram originalmente escritos. Pois, de fato, não temos o manuscrito em que, por exemplo, o apóstolo Paulo compôs a sua carta aos Romanos. Este manuscrito não é tecnicamente chamado de original, mas de autógrafo. Temos hoje um riquíssimo acervo constituído dos originais do Antigo e do Novo Testamentos; não temos, entretanto, nenhum autógrafo de qualquer livro da Bíblia.

A Crítica Textual não deve ser considerada uma adversária da fé Bíblica. Ao contrário é uma aliada, e, sem dúvida, uma providência divina.

É a Crítica Textual que comprova a fidelidade da nossa Bíblia atual!

CONFIABILIDADE DA PALAVRA DA BÍBLIA:
A Bíblia é o livro histórico mais fidedigno que existe. A confiabilidade dos textos da Bíblia é algo que traz admiração até mesmo dos incrédulos.

A Bíblia permanece até hoje como a obra literária mais bem preservada, com cerca de 24.000 manuscritos do Novo Testamento (descobertos até esta data), enquanto que a segunda obra literária antiga mais preservada, a Ilíada de Homero, tem apenas 643 manuscritos conhecidos até hoje.

O ANTIGO TESTAMENTO: Existem mais de 14.000 manuscritos e fragmentos do Velho Testamento, que foram copiados nas regiões do Oriente Médio, do Mediterrâneo e da Europa, os quais concordam perfeitamente uns com os outros. Os Pergaminhos do Mar Morto, descobertos em Israel nos anos 1940 e 1950, proveem também uma fenomenal evidência à confiabilidade da antiga transmissão das Escrituras judaicas (VT), antes do nascimento de Jesus Cristo.

A CONFIABILIDADE DO NOVO TESTAMENTO: A evidência do manuscrito para a composição do Novo Testamento é enorme, com um grande número de cópias e fragmentos conhecidos, os quais chegam a mais de 5.300 do original grego, dos quais, cerca de 800 foram copiados nos séculos II e III, às vezes com um lapso de tempo decorrido entre os autógrafos originais e as primeiras cópias de apenas 60 anos. Esta evidência dos manuscritos sobrepuja em muito a confiabilidade de outros escritos seculares antigos, os quais são considerados autênticos em nossos dias. Vejamos alguns deles:

  • O livro de Júlio César chamado de "As guerras Gálicas" (10 manuscritos permanecem, com a cópia mais antiga sendo de cerca de 1.000 anos depois da obra original).
  • História”, escrita por Plínio, o Jovem (7 manuscritos; 750 anos decorridos após o manuscrito original).
  • História de Tucídides" (8 manuscritos; 1.300 anos decorridos).
  • História” de Heródoto (8 manuscritos; 1.350 anos decorridos).
  • Platão (7 manuscritos; 1.300 anos decorridos).
  • Anais de Tácito (20 manuscritos; 1000 anos o texto mais novo).
  • Aristóteles, com 49 manuscritos, datando de 1.400 anos.

A Ilíada de Homero, o mais famoso livro da Grécia antiga, tem 643 cópias de manuscritos como apoio. Nessas cópias, existem 764 linhas disputáveis, enquanto em todos os manuscritos do Novo Testamento, existem apenas 40 linhas (Norman Geisler & William E. Nix, “A General Introduction of the Bible”, Moody, Chicago, pg 367).

A disciplina acadêmica de "crítica textual" nos assegura que as traduções da Bíblia que temos hoje são essencialmente as mesmas que os manuscritos antigos da Bíblia, com exceção de algumas discrepâncias inconsequentes que foram introduzidas ao longo do tempo através de erro dos copistas. Em primeiro lugar, devemos lembrar que a Bíblia foi copiada à mão por centenas de anos antes da invenção da imprensa. No entanto, o texto é extremamente bem preservado. Das aproximadamente 20 mil linhas que compõem o Novo Testamento inteiro, apenas 40 linhas são causas de dúvida. Essas 40 linhas representam um quarto de um por cento de todo o texto e não afeta de forma alguma o ensino e a doutrina do Novo Testamento. Voltemos a fazer uma comparação com a Ilíada de Homero. De cerca de 15.600 linhas que compõem o clássico de Homero, 764 linhas causam dúvida. Estas 764 linhas representam mais de 5% de todo o texto, e ainda assim ninguém aparenta questionar a integridade geral dessa obra antiga.

Sendo escrita sobre um material perecível, copiada e novamente copiada por centenas de anos antes da invenção da imprensa, a Bíblia não teve o seu estilo, precisão ou fundamento comprometidos. Comparando-a com outros escritos da Antiguidade, a Bíblia apresenta mais testemunhos manuscritos do que uma dúzia de títulos da literatura clássica em conjunto. John W. Montgomery declara que: “Duvidar do texto acabado do Novo Testamento é jogar no limbo toda a Antiguidade Clássica, uma vez que não há nenhum documento daquela época tão bem documentado quanto o Novo Testamento.

Existe alguma corrupção entre as cópias? Sim, existe. Existem algumas variações entre as cópias. Estudiosos desses manuscritos têm calculado que o texto do novo testamento é 98,33% puro (Hort, Geisler e Nix, conforme Josh McDowell).
Frederik Kenyon (uma das maiores autoridades no campo da crítica textual do Novo Testamento) também é citado por Josh mcDowell como tendo afirmado que nenhuma doutrina fundamental da fé cristã depende de algum texto controvertido.

A conclusão é que a credibilidade do Novo Testamento é maior que qualquer outro documento da antiguidade.

O acervo que nós temos de manuscritos antigos da Bíblia é tão grande e tão fidedigno que podemos fazer a crítica dos textos para saber como era o autógrafo!

A Bíblia que nós temos hoje em português não é perfeita (por isso temos várias versões [NVI, ACF, Jerusalém...], mas é fidedigna e totalmente confiável! A Bíblia que você tem em suas mãos é totalmente digna de sua confiança e segurança. Nada foi perdido! Não existe texto ou livro perdido da Bíblia.

Essas coisas precisam ser esclarecidas, pois Marcos 16:9-20 contem aquelas poucas linhas que trazem dúvidas se pertenciam ao texto autógrafo de Marcos.

PREGAR OU NÃO PREGAR MARCOS 16:9-20?
Eu não acredito que seja errado pregar. Conheço pastores fiéis que pregaram esse trecho. Mas após muito estudo eu acredito que esses versículos não fazem parte do manuscrito autográfico de Marcos. Lembremos que isso não é questionar a canonicidade e nem a inerrância da Bíblia!

EVIDÊNCIAS EXTERNAS: Retirado do livro, An Introduction to the New Testament, por D.A. Carson e Douglas Moo.

1 – Os dois manuscritos mais antigos que já foram encontrados do Novo Testamento (Manuscrito Sinaítico [א] e o Vaticanus [B]) não possuem os versículos 9-20. Outros manuscritos antigos armênios e etíopes também não possuem esse final.

2 – Eusébio (historiador da Igreja, 265-339) e Jerônimo (tradutor da Bíblia para o Latim, a Vulgata, 325-378) declararam que os manuscritos antigos mais confiáveis não tinham esse final (vs.9-20).

3 – Há outros tipos de finais (o curto e o longo) já encontrados, mostrando que muitos não estavam satisfeitos com o fim no versículo 8.

4 – Muitos manuscritos antigos já apontavam para o acréscimo desse final – usaram as margens para notar observações.

EVIDÊNCIAS INTERNAS:
1 – Os versículos 9-20 contêm várias palavras que não foram usadas por Marcos antes (por volta de 14 palavras).

2 – Por que Marcos apresentaria Maria Madalena somente no versículo 9, após já ter mencionado ela duas outras vezes?

3 – A menção de pegar cobras e tomar veneno não é encontrada em nenhum outro lugar do Novo Testamento.

Com base nas evidências textuais conhecidas, parece mais plausível admitir que o final original do evangelho de Marcos é o versículo 8.

Assim, com base na boa evidência externa e nas fortes considerações internas parece que a mais antiga forma verificável do Evangelho de Marcos terminou com 16:8. Ao mesmo tempo, no entanto, em respeito à história do final longo e sua importância na tradição textual do Evangelho, o Comitê decidiu incluir versos 9-20, como parte do texto, mas os colocaram dentro de colchetes, a fim de indicar que eles são a obra de outro autor.(Bruce M. Metzger, A Textual Commentary on the Greek New Testament, 2nd ed. [New York: American Bible Society, 1994], 106, comments on the United Bible Societies’ The Greek New Testament)

Por esses motivos eu encerrarei a série de pregações em Marcos no versículo 8!

Muitos alegam que o fim de Marcos no versículo 8 é frustrante e que fica devendo algo, mas tentarei mostrar como que o versículo 8 encerra perfeitamente esse evangelho fantástico!

Muitos querem um final mais belo e mais honroso, mas se esquecem de que o foco de Marcos está em mostrar Jesus como o Servo/Escravo Sofredor de Isaias 53, e como um escravo Jesus não precisa de relato sobre o nascimento e nem sobre o pós-ressurreição.

Contextualização:
O que Jesus tanto havia falado ocorreu: o Filho do Homem foi humilhado, crucificado e morto em Jerusalém (2:20; 8:31; 9:31; 10:33-34; 12:7-8; 13:14; 14:8; 14:22-24). Mas Ele sabia que a morte não era o fim, como havia sido profetizado por Isaias, o Servo Sofredor seria vindicado através da ressurreição. A ressurreição é prova de que Deus aceitou a pena e a condenação que o Filho recebeu!

Após tanto desprezo e rejeição durante Seu ministério, a ressurreição é a prova da aceitação do Pai.

Após caminharmos com o nosso Salvador pela região da Galiléia (principalmente Cafarnaum), descer para Jerusalém, caminhar dentro do Templo, ser levado para o Petrório, depois pelas ruas de Jerusalém com a cruz até a Caveira (fora de Jerusalém), hoje nós entramos no sepulcro de Jesus e contemplamos a vitória de Cristo sobre a morte!

Divisão do Estudo:
I – O AMOR RADICAL (V.1-3)
II – A MUDANÇA RADICAL (V.1-2)
III – A VITÓRIA RADICAL (V.4-6)
IV – O FIM RADICAL (V.7-8)

I – O AMOR RADICAL (V.1-3)
1 Quando terminou o sábado, Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, compraram especiarias aromáticas para ungir o corpo de Jesus. 2 No primeiro dia da semana, bem cedo, ao nascer do sol, elas se dirigiram ao sepulcro, 3 perguntando umas às outras: "Quem removerá para nós a pedra da entrada do sepulcro?"

Os versículos 1-3 relatam o amor dessas mulheres para com Jesus. Quando os homens fugiram de medo elas continuaram.

Esse é o tipo de mulher que é raríssimo de se encontrar, pois elas seguiam e serviam a Jesus Cristo (15:41). Elas não seguiram os maridos e nem os filhos, mas somente o Senhor Jesus!
v.1 – Assim que terminou o sábado (sábado por volta das 18h) elas foram comprar mais especiarias para colocar no corpo de Jesus. Mesmo tendo Nicodemus e José de Arimatéia usado mais de 34 kg de aloés e perfumes elas sabiam da necessidade de cada uma delas, pessoalmente, honrar a Jesus!

O coração dessas mulheres ardia de vontade de honrar a Jesus!

v.2 – Antes do sol nascer no domingo elas se levantaram e caminharam para o sepulcro.
O desejo e a vontade de estar com Jesus são tão grandes que elas pulam da cama antes do sol nascer no domingo e começam a jornada até o cemitério de Jesus.

Elas tinham todas as desculpas do mundo para ficarem em casa e na cama até mais tarde [Jesus está morto, os maridos e filhos fugiram, a pedra foi colocada], mas o coração dessas mulheres queima de paixão pelo Senhor de tal forma que não existe desculpa, cansaço e nem frustração suficientes para prendê-las em casa!

** Que lição para todos aqui do que é servir ao Senhor no domingo cedinho! Elas não foram se arrastando, mas sim ansiando servir a Jesus! Alguns acordam 15 minutos antes do culto e vão para a igreja como uma obrigação, tal atitude revela que o coração está frio e perdeu o entendimento de quanto foi perdoado pelo Senhor!

bem cedo, ao nascer do sol” --- Acordar bem cedo para ter comunhão com o Senhor não é algo místico, mas revela qual é a prioridade do coração! Elas não foram ao fim do dia, após realizarem todas as tarefas, mas cedinho, pois sabiam quão precioso é estar com Jesus, oferecendo as primeiras horas do dia!

** Como você se levanta no domingo de manhã? Quanto você anseia servir e honrar a Jesus no Dia do Senhor? Como você se prepara no sábado à noite para o Domingo (o Dia do Senhor)?

Você vem arrastado(a) pela sua esposa/marido/pais? Ou você é o primeiro a pular da cama para estar com o Senhor?

V.3A fé radical! O amor radical por Jesus é sempre alicerçado em uma fé radical!

PERGUNTADO UMAS ÀS OUTRAS: QUEM REMOVERÁ A PEDRA?” --- o verbo no imperfeito implica que elas se perguntaram várias vezes (‘ficaram se perguntando’). Essas pedras eram grandes e pesadas, requerendo alguns homens fortes para removê-la. A preocupação era natural, aquelas mulheres eram incapazes de mover a pedra. Não há problema em se perguntar e questionar as dificuldades, o problema é quando as dificuldades te acorrentam e te prendem! O problema está quando as questões são levantas e elas não entregues ao Senhor, mas são ruminadas de tal forma que elas contaminam a fé da pessoa!

Essas mulheres se perguntaram e conversaram sobre as dificuldades que viriam, mas elas não entraram em depressão.

No meio da impossibilidade elas não riram e zombaram das que criam que Deus faria o impossível, elas não ficaram fofocando por trás das que criam no milagre de Deus, elas, todas juntas, se edificaram e em meio às dificuldades fizeram o possível delas!

Que amor radical! Com falhas e quedas (principalmente a falta de fé nas palavras sobre a ressurreição), mas radicalmente mostrado e aceito por Deus!

Por qual motivo vemos tão pouco desse fortíssimo amor a Jesus, entre os crentes hoje? Por que tão raramente nos deparamos com santos que enfrentarão qualquer perigo, que passarão pelo fogo e pela água, por amor a Cristo? Só há uma resposta. É por causa da debilidade da fé do baixo senso de obrigação para Cristo, que prevalece tão largamente entre nós. Um baixo e fraco senso de pecado sempre produzirá um baixo e frágil senso de valor da salvação. Um irrelevante senso de nossa dívida para com Deus sempre será acompanhado por um senso superficial quanto ao que devemos por nossa redenção. A pessoa que sente o quanto lhe foi perdoado é a que muito ama. ‘Aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama’ (Lc 7:47)(J.C. Ryle, Meditações no Evangelho de Marcos, Fiel, pg 212)

II – A MUDANÇA RADICAL (V.1-2)
1 Quando terminou o sábado... 2 No primeiro dia da semana, bem cedo, ao nascer do sol, elas se dirigiram ao sepulcro,

É aqui que vemos a mudança radical de dia! Antes o dia sagrado era o sábado, mas esse dia foi mudado para o domingo!
At 20:7 No primeiro dia da semana reunimo-nos para partir o pão, e Paulo falou ao povo. Pretendendo partir no dia seguinte, continuou falando até à meia-noite.
Ap1:10 No dia do Senhor achei-me no Espírito e ouvi por trás de mim uma voz forte, como de trombeta,

Quão precioso é o domingo para o cristão! Sl 118:24 Este é o dia em que o Senhor agiu; alegremo-nos e exultemos neste dia.

O domingo deve ser o dia mais alegre para o cristão, pois é o dia que nós somos lembrados da salvação, redenção, libertação e justificação! Passamos de escravos do pecado para escravos de Cristo no domingo que Jesus ressuscitou!

** Como você se comporta no Dia do Senhor?
O seu domingo é bíblico ou mundano? O domingo na sua vida glorifica a Deus ou é apenas auto-glorificante?

Quais as desculpas que você dá para não estar na igreja no domingo?

A mudança radical: o Dia do Senhor passa a ser o primeiro dia da semana, o domingo! Foi no domingo que Jesus ressuscitou e trouxe justificação, foi no domingo que a igreja primitiva se reunia para adorar a Cristo e ter comunhão com o Seu corpo.

III – A VITÓRIA RADICAL (V.4-6)
4 Mas, quando foram verificar, viram que a pedra, que era muito grande, havia sido removida.

Aqui vemos a conquista radical de Jesus sobre a morte! Esses versículos nos narram o triunfo de Cristo sobre a sepultura!

v.4 Mas, quando foram verificar, viram que a pedra, que era muito grande, havia sido removida.

Elas não ficaram se lamentando com as imensas dificuldades, elas não ficaram em depressão e sem motivação em meio às impossibilidades – elas foram com fé!

MAS, QUANDO FORAM VERIFICAR” --- Elas foram verificar! Elas sabiam que criam em um Deus onipotente. Elas conheciam o Deus em que criam! Elas não sabiam que a pedra havia sido removida. Elas preparam tudo e foram, pois elas sabiam que se fosse a vontade de Deus, Ele iria trazer homens para rolar aquela pedra.

Isso é fé! Fé não é ficar sentado dizendo que você crê. Fé é sempre colocada em prática através de ação (Veja Hebreus 11).

viram que a pedra, que era muito grande, havia sido removida” --- O impossível, para o homem, foi feito!

Imaginemos a mente e o coração dessas mulheres ao verem a pedra removida! Elas ainda não entendiam sobre a crucificação.

Aqueles que são dirigidos por um zelo santo, na busca diligente por Cristo, verão que as dificuldades que são colocadas em seus caminhos desaparecem estranhamente e muitas vezes os ajudam muito além do que podia se imaginar.(Matthew Henry, Comentário em Marcos)

COMO A PEDRA FOI REMOVIDA? Mt 28:1-2 Depois do sábado, tendo começado o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2 E eis que sobreveio um grande terremoto, pois um anjo do Senhor desceu do céu e, chegando ao sepulcro, rolou a pedra da entrada e assentou-se sobre ela.

Naquela noite Deus havia feito a terra tremer! Deus enviou anjos e tremeu a terra! Esses anjos rolaram a pedra! Aqueles anjos removeram a pedra!

Terremotos simbolizavam muitas vezes o julgamento do Senhor! Ez 38:18-19 É isto que acontecerá naquele dia: Quando Gogue atacar Israel, será despertado o meu furor, palavra do Soberano Senhor. 19 Em meu zelo e em meu grande furor declaro que naquela época haverá um grande terremoto em Israel.

Portanto, esse terremoto é uma declaração de julgamento sobre os homens que condenaram Jesus! É como se o martelo divino tivesse batido na mesa do tribunal e os anjos abriram o sepulcro proclamando a justiça e vindicação de Jesus! Jesus não arrombou de forma ilegal, os agentes celestiais abriram as ‘celas’!

16:4 Mas, quando foram verificar, viram que a pedra, que era muito grande, havia sido removida.

Quão profunda essa declaração! A pedra havia sido removida.

A pedra não foi removida apenas para que Jesus saísse do sepulcro, mas que nós pudéssemos entrar! A pedra foi rolada para que cada um de nós possa entrar e contemplar aquela sepultura vazia!

Que todos entrem e se admirem na verdade de que Cristo venceu a morte! Para o cristão a morte foi vencida!

v.5 Entrando no sepulcro, viram um jovem [essa era uma forma normal de descrever os anjos] vestido de roupas brancas assentado à direita [Marcos só descreve um anjo, pois ele foca no que fala, apesar de ter dois anjos], e ficaram amedrontadas.

Através dos relatos de João e Lucas nós somos informados que havia dois anjos. Marcos só descreve um, pois ele foca naquele que conversará com as mulheres.

ROUPAS BRANCAS” --- Mt 28:3-4 Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes eram brancas como a neve. 4 Os guardas tremeram de medo e ficaram como mortos.

Esses anjos resplandecem a glória e a santidade de Deus, por isso eles são aterrorizantes aos homens!

v.6 "Não tenham medo", disse ele. "Vocês estão procurando Jesus, o Nazareno, que foi crucificado. Ele ressuscitou! Não está aqui. Vejam o lugar onde o haviam posto.

Vocês estão procurando Jesus, o Nazareno, que foi crucificado” --- O anjo identifica Jesus como ‘o Nazareno’, o mesmo termo que era usado com desprezo pelos inimigos dEle é usado para enfatizar que o rabino de Nazaré venceu a morte!

ELE RESSUSCITOU! NÃO ESTÁ AQUI” --- Esse é o Evangelho: Jesus Cristo de Nazaré que foi crucificado vicariamente ressuscitou e nos justificou!

Em 1:24 os demônios perguntaram, “O que queres conosco, Jesus de Nazaré?
Aqui está a resposta: Conquistar a morte e trazer libertação!

VEJAM O LUGAR ONDE O HAVIAM POSTO” --- O anjo pede para que as mulheres contemplem o lugar que elas haviam visto o corpo sendo colocado por José de Arimatéia.

Hoje todos aqui são convidados a entrarem no sepulcro e verem a vitória de Jesus sobre a morte!

Hoje você é convidado a contemplar o sepulcro vazio. Que você olhe e veja que a morte foi conquistada, que o cristão não está mais escravizado pelo temor da morte!
Hb 2:14-15 Portanto, visto que os filhos são pessoas de carne e sangue, ele também participou dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o diabo, e libertasse aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte.

IV – O FIM RADICAL (V.7-8)
7 [Mas] Vão e digam aos discípulos dele e a Pedro: ‘Ele está indo adiante de vocês para a Galiléia. Lá vocês o verão, como ele lhes disse’ ". 8 Tremendo e assustadas, as mulheres saíram e fugiram do sepulcro. E não disseram nada a ninguém, porque estavam amedrontadas

v.7MAS VÃO” --- Ao invés de ficarem amedrontadas com a presença do anjo elas devem ir!

E DIGAM AOS DISCÍPULOS E A PEDRO” --- Vejamos a graciosa e radical restauração dos discípulos! Aqueles homens que haviam prometido fidelidade e abandonaram Jesus são agora restaurados!

E A PEDRO” --- O anjo separa Pedro. Aquele que não havia negado a si mesmo, mas sim a Jesus é convocado, pois ele já foi perdoado!

Em João 21 nós temos o maravilhoso relato da restauração de Pedro. Assim como Pedro negou a Jesus três vezes, Jesus o faz proclamar o seu arrependimento e amor três vezes, e o encarrega de pastorear e alimentar as ovelhas de Jesus!

O Radical Perdão!! “Finalizemos com a firme determinação de abrirmos amplamente a porta da misericórdia aos pecadores, em todo o nosso falar ou ensinar sobre a religião cristã. Não menos importante é o fato que devemos avançar com a resolução de nunca nos mostrarmos indispostos a perdoar os nossos semelhantes. Pois, se Cristo está sempre tão pronto a nos perdoar, devemos estar sempre prontos a perdoar o próximo.(J.C. Ryle, Meditações no Evangelho de Marcos, Fiel, pg 213)

Quão terrível é ver cristãos que não perdoam as outras pessoas!
Vão e digam aos discípulos dele e a Pedro: ‘Ele está indo adiante de vocês para a Galiléia.” --- Por que para a Galiléia?

Foi na Galiléia que Jesus começou o Seu ministério (1:14). Foi lá que os discípulos foram primeiramente chamados, e será lá que eles serão novamente chamados para irem por todo o mundo. Foi lá que Jesus havia prometido estar após a ressurreição (14:28).

Is 9:1 Contudo, não haverá mais escuridão para os que estavam aflitos. No passado ele humilhou a terra de Zebulom e de Naftali, mas no futuro honrará a Galiléia dos gentios, o caminho do mar, junto ao Jordão.

Lá vocês o verão, como ele lhes disse” --- Exatamente como Jesus havia prometido em 14:28. Mostrando que as palavras de Cristo são fieis!

v.8 Tremendo e assustadas, as mulheres saíram e fugiram do sepulcro. E não disseram nada a ninguém, porque estavam amedrontadas

E NÃO DISSERAM NADA A NINGUÉM” --- Marcos não está querendo dizer que elas ficaram caladas para sempre, ele simplesmente diz que elas não saíram gritando pelo caminho e contando para quem não devia. Elas foram contar somente aos discípulos, por isso Marcos foi capaz de narrar o que ocorreu.

O foco do versículo 8 está na reação das mulheres. O texto diz que elas estavam:
Tremendo – GK. τρόμος; Assustadas – Gk. ἔκστασις; Amedrontadas – Gk. φοβέομαι.

Mt 28:8-10 As mulheres saíram depressa do sepulcro, amedrontadas e cheias de alegria, e foram correndo anunciá-lo aos discípulos de Jesus. De repente, Jesus as encontrou e disse: "Salve!" 9 Elas se aproximaram dele, abraçaram-lhe os pés e o adoraram. 10 Então Jesus lhes disse: "Não tenham medo. Vão dizer a meus irmãos que se dirijam para a Galiléia; lá eles me verão".

Esse versículo pode parecer estranho para um leitor desatento, mas para uma audiência atenta as palavras ‘tremendo’, ‘assustadas’, ‘maravilhadas’ e amedrontadas’ relembram toda a vida e ministério de Jesus!

1:22, 27; 2:12; 4;41; 5:15, 20; 5:33, 42; 6:50-51; 7:37; 9:6, 15, 32; 10:24, 32; 11:18; 12:17; 15:5, 44; 16:5

Marcos nos mostra Jesus como o espantoso, maravilhoso, temeroso e aterrorizante Servo Sofredor!

Como não nos admirarmos com esse Jesus?
Como não nos espantarmos com tamanha graça e misericórdia?
Como não tremermos e não nos aterrorizarmos diante de um Senhor tão santo e majestoso?
Como estar diante de Jesus e não temermos e tremermos diante dEle?

Como esperar outro fim? Como não nos amedrontarmos diante de tamanho Deus!

CONCLUSÃO:
Que como essas mulheres nós possamos sair daqui correndo, com temor, tremor, espanto e maravilhados com esse Salvador. Proclamando que Jesus morreu, ressuscitou e venceu!

Que o temor e susto das circunstâncias momentâneas não nos prendam, mas que a alegria de servir a Jesus nos impulse para fora do sepulcro para proclamarmos que, “Olhe, Jesus, o Nazareno foi crucificado – por causa dos nossos pecados, mas ressuscitou para nos justificar!”

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